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Efeitos da reforma trabalhista já atingem trabalhadores

Os trabalhadores de diversas empresas dos setores público e privado já começaram a sentir os efeitos da Lei 13.467/17, que instituiu a reforma trabalhista, retirando e alterando diversos pontos da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.  O governo deve editar nos próximos dias medida provisória para criar o Programa de Demissão Voluntária – PDV para os servidores públicos do Poder Executivo. No setor privado, muitas empresas já começaram a anunciar aos funcionários o lançamento de planos de desligamento voluntário.

Contestada por muitos economistas, a medida anunciada pelo governo pode frustrar as expectativas, segundo o especialista em contas públicas, Raul Velloso. Para ele, a economia estimada de R$ 1 bi com as demissões voluntárias é “chute” porque, dificilmente, haverá forte adesão da categoria, diante da recessão econômica e alta do desemprego.

“As pessoas vão pensar várias vezes porque vão perder direitos como estabilidade no emprego e aposentadoria em condições mais vantajosas. Até quando o dinheiro vai durar no bolso e quando elas vão conseguir um emprego? Isso precisa ser avaliado. O PDV será bom só para quem tem outra coisa à vista e já tomou a decisão de sair do serviço público”, disse Velloso.

Com a maior taxa de desemprego desde o início do século 21 – cerca de 14 milhões de brasileiros sem ocupação no mercado de trabalho –, esta medida pode, segundo especialistas, não surtir o efeito de economia dentro das empresas e ainda incrementar a estatística outros milhares de trabalhadores.

Para José Matias Pereira, professor de administração pública da Universidade de Brasília, a medida não terá o efeito desejado pelo governo. Ele citou duas razões: há uma crise econômica, com elevada taxa de desemprego; e os servidores públicos federais gozam de estabilidade e uma série de privilégios.

“O número de pessoas será muito pequeno, e a medida é paliativa. Como alguém, nesse cenário de incerteza, vai entrar nesse PDV?”, indagou o acadêmico.

Empresas como Correios, Eletrobrás, Bradesco, Caixa Econômica, Banco do Nordeste, Petrobrás e Conab já anunciaram o programa de demissão entre os funcionários. Ao todo a expectativa de adesão é de cerca de 50 mil pessoas. (Com O Globo)

CNTS

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