Dobra o número de profissionais de saúde afastados por Covid-19
Pandemia
Em São Paulo, quase 3.200 profissionais não estão indo trabalhar na rede municipal, das quais 1.400 estão com Covid e 1.683, com gripe. Em Porto Alegre, o número triplicou em uma semana. Já são pelo menos 1.228 trabalhadores com a confirmação ou suspeita de infecção pela Covid.
O número de profissionais afastados na rede municipal de saúde de São Paulo dobrou em uma semana. Segundo boletim divulgado na noite da quinta-feira, 13, pela Secretaria Municipal da Saúde, 3.193 pessoas estão nessa situação. O problema ocorre quando há superlotação nos postos de saúde por causa do avanço da variante ômicron do coronavírus e de pacientes com gripe.
No último dia 6 a pasta contabilizava 1.585 profissionais afastados. Ou seja, entre a quinta-feira da semana passada e esta, o número saltou em 101%.
Diferentes sindicatos de médicos, enfermeiros e servidores têm se queixado do fato de a prefeitura não repor os postos como deveria e que a contratação emergencial de 280 funcionários não alivia a sobrecarga causada pela grande ausência desta nova onda de infecção por vírus.
Desde dezembro do ano passado, a Secretaria Municipal de Saúde ampliou o rol de atendimentos na rede primária, como nas Unidades Básicas de Saúde – UBS, incluindo vacinação contra a Influenza, testagem em massa para gripe e Covid.
Em outros Estados a situação é semelhante. Em Fortaleza, surto de Influenza e Covid-19 tira mais de 1,3 mil trabalhadores dos seus postos de trabalho. Em Maceió, 40 profissionais já foram afastados, segundo a secretaria de saúde. Em Porto Alegre, o número triplicou em uma semana. Já são pelo menos 1.228 trabalhadores com a confirmação ou suspeita de infecção pela Covid.
A Prefeitura de Guaxupé, no Sul de Minas, mandou para casa 90 funcionários de postos de saúde e da Santa Casa da cidade. Desde dezembro, no Rio, o número de afastados por síndromes respiratórias chega a 5.500.
OMS aponta subnotificação de mortes de profissionais de saúde – Levantamento publicado pela Organização Mundial da Saúde – OMS em outubro do ano passado estima que quase 13,6 mil profissionais de saúde brasileiros morreram em decorrência da Covid-19 entre janeiro de 2020 e maio de 2021, número muito superior aos registros do governo federal.
No período, quando o país tinha 430.417 mil mortos pela doença na população geral, o Ministério da Saúde contabiliza oficialmente apenas 829 profissionais de saúde vítimas da Covid-19, segundo dados de 2020 e de janeiro a maio de 2021.
A estimativa divulgada pela OMS foi feita pelo Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME, na sigla em inglês), da Universidade de Washington, nos EUA. Os números colocam o Brasil em quarto lugar entre os países que mais tiveram mortes por covid-19 entre profissionais de saúde, de acordo com a OMS. Nas três primeiras posições da estimativa, estão os EUA (62 mil), a Rússia (22 mil) e o Reino Unido (14 mil).
A organização afirma que podem ter morrido entre 80 mil e 180 mil profissionais de saúde desde o início da pandemia, em todo o mundo.