Dengue ameaça craques durante a Copa, sugere imprensa
Quando escolheu Campinas para ser a sede de suas equipes durante a Copa do Mundo, as federações de futebol de Portugal e da Nigéria não poderiam imaginar que a cidade paulista seria alvo de uma intensa campanha de combate à dengue. A prefeitura campineira prometeu intensificar as operações contra o mosquito transmissor antes da chegada das delegações aos centros de treinamento.
Campinas se tornou um dos principais focos de preocupação entre todas as cidades que vão acolher as 32 seleções da Copa devido ao número recorde de pessoas atingidas pelo mosquito transmissor da doença. Foram 32.384 casos registrados entre 1° de janeiro e 15 de maio.
Reportagens divulgadas na imprensa francesa relatam que a epidemia é recorde porque já ultrapassa os 11.500 casos registrados em 2007.
Em entrevista, a coordenadora do programa de luta contra a dengue em Campinas, Andrea Von Zuben, enumera três fatores que contribuíram para a propagação do mosquito e da doença: o calor intenso dos primeiros meses do ano, a circulação predominante de um tipo de vírus mais raro, e a falta de higiene e locais com água parada que favorecem a proliferação do aedes aegypti.
No entanto, a boa notícia para as delegações de Portugal e da Nigéria é que o Mundial acontece num período onde as temperaturas serão mais baixas, desfavoráveis à disseminação da doença.
“A Federação portuguesa de futebol está em contato permanente com as autoridades locais e nos foi garantido que a situação está sob controle e não há motivos para alarme” , declarou um dos responsáveis da Federação lusa à agência AFP.
Promessa de desinfecção
No início de maio, durante visita do treinador de Portugal Paulo Bento ao centro de treinamento, a prefeitura de Campinas já havia confirmado três operações de desinfecção antes da chegada da delegação portuguesa, prevista para o dia 11 de junho no bairro de jardim Eulina, onde está situado o estádio Moisés Lucarelli.
Em meados de maio, um estudo da revista britânica The Lancet dedicada a doenças infecciosas identificou três cidades-sedes do Mundial com risco potencial durante a competição: Natal, Fortaleza e Recife. O Brasil é o país mais atingido pela dengue desde o início deste século com mais de 7 milhões de casos entre 2000 e 2013, segundo dados oficiais do país.
Outras doenças
Diante do risco da propagação de outras doenças em função do contatos dos moradores com turistas estrangeiros, particularmente do África e da Europa, onde há casos de rubéola e poliomielite, Campinas lançou um vasto programa de vacinação.
A campanha tem como alvo prioritário funcionários de hotéis, motoristas de taxis e empregados de estabelecimentos turísticos como restaurantes. (Fonte: RFI)