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Debatedores pedem políticas públicas de saúde mental e combate à depressão

Psicólogos e deputados pedem a ampliação de políticas públicas de saúde mental e de combate à depressão. O assunto foi debatido em audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados. Dados da Organização Mundial da Saúde – OMS mostram que 11,5 milhões de pessoas sofrem de depressão, por ano, no Brasil. O país é o segundo das Américas e o quinto do mundo em número de casos. Só no ano passado, 75,3 mil trabalhadores foram afastados de suas atividades por depressão.

Ainda assim, o tema é tabu na sociedade brasileira e motivou psicólogos e psiquiatras a promoverem a campanha Janeiro Branco, todo mês de janeiro, desde 2014, para conscientizar as pessoas sobre a importância de cuidar da saúde mental e emocional. Idealizador da campanha, o psicólogo Leonardo Rezende afirmou que o grande desafio é quebrar a cultura do silêncio e incentivar as pessoas ao autoconhecimento.

“Falar sobre sentimentos, às vezes, soa como fraqueza. Ninguém tem coragem de chegar no seu serviço e dizer que vai ficar afastado uma semana porque terminou um namoro e está sofrendo. E quantas pessoas estão querendo se matar porque terminaram um namoro, ou porque brigaram com o pai, ou porque estão com uma angústia sexual muito grande, e as pessoas vão engolindo essas dores, vão engolindo essas angústias”, afirmou.

Autora do requerimento para a audiência, a deputada Rosinha da Adefal (PTdoB-AL) destacou a necessidade de se encontrar tratamentos alternativos à medicação, que pode levar à dependência química. Ela avaliou apresentar projeto de lei que inclua o Janeiro Branco entre as campanhas de saúde pública do calendário oficial do país. “As doenças emocionais são muito mais silenciosas, difíceis de detectar, então a gente precisa realmente ter esse olhar de saúde pública e fazer campanhas preventivas para despertar nas pessoas a importância de cuidar da saúde”, disse a deputada.

Para a psicóloga Laeuza Farias, integrante do Movimento da Luta Antimanicomial, a depressão é uma epidemia silenciosa, um mal deste século, agravado pelo uso crescente de novas tecnologias. “Estamos vivendo em uma era virtual, tudo a gente quer resolver por aplicativo, mandando mensagem. Só que a vida não é virtual, a vida é real. Tenho pessoas junto de mim que têm demandas, frustrações, sentimentos, que exigem a minha presença ou que cobram algumas coisas de mim. Não vivo dentro de um telefone celular, não sou um aplicativo, eu sou uma pessoa”, afirmou.

O presidente do Conselho Regional de Psicologia de Alagoas, José Félix Barros, atribuiu os altos índices de depressão no país à crise política e econômica. “As mudanças na Previdência, as mudanças trabalhistas, as mudanças em todo contexto que é da vida política do país, isso tem mexido com toda a sociedade. A gente sente isso nos nossos consultórios, nos atendimentos no serviço público e tem que estar preparado para atender toda essa demanda”, afirmou. (Fonte: Agência Câmara Notícias)






 

CNTS

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