Cursos de graduação a distância de serviço social têm fragilidades, diz conselho
Um estudo lançado dia 18 de setembro pelo Conselho Federal de Serviço Social aponta fragilidades nos cursos de graduação a distância de serviço social. O documento indica problemas principalmente na supervisão do estágio obrigatório dos estudantes com o número excessivo de estagiários por professor e supervisão acadêmica feita a distância.
Outros problemas relatados no segundo volume do estudo, intitulado Incompatibilidade entre Graduação à Distância e Serviço Social, são a supervisão acadêmica e de campo exercidas pelo mesmo profissional, supervisores acadêmicos com registro em outros estados e até mesmo a ausência de supervisão. O primeiro volume do estudo, lançado em 2011, relatou problemas como falta de bibliotecas, de infraestutura física e de equipamentos adequados nos pólos dos cursos. Os estudos foram baseados em informações coletadas pelos conselhos regionais de serviço social.
Na avaliação da professora da Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense (UFF) e pesquisadora na área de educação a distância, Larissa Dahmer, o ensino a distância precariza a formação do profissional da assistência social. “Como você gradua um profissional que vai trabalhar com questões extremamente complexas sem o embasamento teórico maior, sem ter uma vivência com pesquisa, com extensão, com diversos professores?”, questiona. Segundo ela, a formação deficiente compromete o serviço prestado à população.
A pesquisadora defende ainda a oferta de educação pública presencial de qualidade para todos como forma de evitar que os estudantes busquem a educação a distância.
A coordenadora do Conselho Federal de Serviço Social, Juliana Melim, disse que representantes do Conselho Federal de Serviço Social e dos conselhos regionais pretendem agendar reuniões com o Ministério da Educação, o Conselho Nacional de Educação (CNE) e Ministério Público Federal para apresentar a pesquisa e pedir mais rigor na fiscalização do ensino a distância e a garantia do direito a educação pública de qualidade.
O CNE discute atualmente um novo marco regulatório para a educação à distância. Entre as mudanças previstas está a elaboração de uma nova avaliação para a modalidade que levará em conta as especificidades de cada instituição e a qualidade ofertada, de acordo com o conselho. Para o funcionamento dos cursos, o projeto institucional, a inovação, a estrutura, o corpo docente e a interdisciplinaridade da instituição deverão ser valorizado para o credenciamento e recredenciamento pelo Ministério da Educação. (Fonte: Agência Brasil)