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Contribuição fixada em assembleia se aplica a toda a categoria

Judiciário

Decisão do TRT-2 entende que a assembleia é considerada fonte de anuência prévia e expressa para a instituição da contribuição sindical de toda a categoria, garantido, porém o direito de cada empregado de se opor à cobrança.

O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região – TRT-2 decidiu que a assembleia é considerada fonte de anuência prévia e expressa para a instituição da contribuição sindical de toda a categoria, garantido o direito de cada trabalhador de se opor à cobrança. O TRT-2, assim, validou o desconto para todos os trabalhadores, sindicalizados ou não.

Ao julgar o dissídio envolvendo os empregados e o sindicato patronal da construção civil pesada em São Paulo, a Seção de Dissídios Coletivos do TRT-2 analisou a Lei 13.467/2017, da reforma trabalhista, que condicionou o desconto da contribuição à autorização prévia, visando compatibilizá-la aos preceitos constitucionais da liberdade sindical.

“Antes vigorava a obrigatoriedade da contribuição sindical pelas mãos do Estado, doravante a contribuição sindical passa a ser voluntária, fixada pela vontade dos que participarem da categoria (art, 579,CLT) (…) Foi reconhecida a autonomia coletiva e a soberania da assembleia geral dos trabalhadores, com o poder de fixar contribuição em se tratando de categoria profissional (art. 8º, IV,CF/88) e, permitida a oposição individual do membro da categoria, porque ninguém é obrigado a filiar-se ou manter-se filiado (art. 8º, V,CF/88)”, sustentou a relatora Ivani Bramante.

Em seu voto, a magistrada esclareceu que, a partir do julgamento da ADI 5.794 – que havia declarado a constitucionalidade do fim da contribuição sindical obrigatória –, é lícita sua fixação pela assembleia geral e dever do empregador de efetuar o desconto em folha para todos os membros da categoria, assegurado o direito de oposição individual, vedada qualquer conduta antissindical – seja ela praticada pelo Estado, sindicatos, empregados e empregadores – tendente a tomar, coletar, forçar, induzir, declarações dos empregados de oposição à contribuição.

Para corroborar o julgado, a desembargadora citou, entre outras jurisprudências, convenções coletivas referendadas pelo Tribunal Superior do Trabalho que preveem a cobrança para todos os trabalhadores após autorização em assembleia (autos Pedido de Mediação Pré-Processual – PMPP – 1000356-60.2017.5.00.0000, PMPP 15501-76.2017.5.02.0000 e PMPP 1000191-78.2018.5.00.0000), bem como a Nota Técnica MPT 02/2018, o Inquérito Civil nº 611.2008.04.000/3 da PRT da 4ª Região e o Enunciado 38 da Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho – Anamatra, de mesmo entendimento e que dispõe que o controle do empregador sobre o desconto é incompatível com o art. 8º da Constituição Federal e com o art. 1º da Convenção 98 da Organização Internacional do Trabalho, por violar a liberdade e autonomia sindical e os princípios de proibição de condutas antissindicais.

Fonte: TRT da 2ª Região
CNTS

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