Com prontuário digital do SUS, cidadão acessará dados por celular, diz ministro
O ministro da Saúde, Ricardo Barros, confirmou que todas as unidades básicas do Sistema Único de Saúde – SUS serão informatizadas a fim de melhorar a qualidade dos serviços prestados à população, reduzir gastos e dar maior segurança aos dados dos pacientes. A proposta ministerial é ajudar as prefeituras de todo o país a informatizarem cerca de 40 mil unidades básicas até o fim de 2018.
Segundo o ministro, com a informatização dos prontuários e a implementação do sistema biométrico, os dados dos pacientes poderão ser acessados através de um smartphone, com os quais os pacientes também poderão cancelar consultas agendadas, ajudando a evitar desperdícios de recursos públicos. De acordo com Barros, hoje, 30% das pessoas não comparecem às consultas no dia marcado.
“Todas as unidades do país serão informatizadas. São mais de 40 mil unidades”, disse o ministro ao participar, do programa Por Dentro do Governo, transmitido pela emissora de tevê NBR.
Informações disponíveis no site do Departamento de Informática do SUS – DataSus dão conta de que, das 42.495 unidades básicas de saúde em funcionamento no país, 15.488, ou seja, 35% do total, já utilizam o prontuário eletrônico para transmitir seus dados de atendimento. Essas unidades cobrem 3.070 dos 5.570 municípios brasileiros.
O edital para as prefeituras interessadas aderirem ao Programa de Informatização das Unidades Básicas de Saúde foi lançado pelo Ministério da Saúde no dia 8 de novembro. O programa prevê o cadastramento, pelo ministério, de empresas das cinco regiões do país aptas a oferecer às prefeituras o suporte necessário à implantação de prontuário eletrônico nas Unidades Básicas de Saúde, consideradas a porta de entrada do SUS.
“Já credenciamos centenas de empresas [dentre as quais] os prefeitos poderão escolher uma para instalar, no município, os tablets, computadores e a conectividade; qualificar os servidores e implementar a biometria de pacientes e dos servidores”, afirmou Barros, garantindo que, quando finalizada, a inovação facilitará o acesso dos profissionais e dos próprios pacientes aos seus dados.
O ministério repassará às prefeituras entre R$ 4 mil e R$ 7 mil mensais por unidade básica a ser informatizada. As cidades cujas unidades básicas de saúde já estiverem informatizadas poderão pleitear até 50% dos valores para manter os serviços já existentes. Já para aquelas ainda não informatizadas, a pasta pagará à empresa fornecedora dos serviços o valor total contratado, descontando até 50% deste do Piso da Atenção Básica destinado ao município.
Outro dado em que o ministro espera ver mudanças diz respeito à produtividade dos cerca de 67 mil médicos que atuam na atenção básica do SUS. Conforme já havia divulgado em agosto, durante audiência pública realizada pela Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara dos Deputados, Barros afirmou que, em 2016, cada médico do sistema de atenção básica realizou, em média, 168 consultas mensais, quando os gestores esperavam que fossem feitas 384 – uma produção 43% menor que a prevista. Durante a mesma audiência pública, Barros chegou a apresentar dados para sustentar a conclusão ministerial de que o descumprimento da carga horária pelos profissionais seria um dos principais motivos para a baixa produtividade. (Fonte: Agência Brasil)