Com base aliada dividida, Temer se mantém no poder enfraquecido

Mesmo com o placar de 263 votos favoráveis ao arquivamento da denúncia contra Michel Temer, o resultado mostra uma base governista rachada na Câmara dos Deputados. Nem mesmo o PMDB votou de forma unânime a favor do presidente. Em geral, os deputados de partidos da base que votaram contra o governo citaram a necessidade de que Temer continue sendo investigado, além, de se oporem à reforma da Previdência.

Em pronunciamento após a votação, o presidente afirmou que seguirá com a reforma da Previdência. Até o agravamento da crise política, o governo contabilizava 260 votos dos 308 necessários para aprovar o texto em plenário. A votação da denúncia na Câmara serviu de termômetro para o Planalto, que viu sua base de apoio diminuir significativamente desde quando assumiu efetivamente a Presidência da República.

“O movimento sindical deve ficar atento e trabalhar para que este cenário, que por hora se mostra desfavorável ao presidente Temer, favoreça os trabalhadores, tão atacados durante esta gestão”, disse o presidente da CNTS, José Lião de Almeida.

Apesar do discurso pró-reformas, a preocupação no governo ainda é motivada pela possibilidade de a Procuradoria-Geral da República – PGR apresentar nova denúncia contra o presidente. A acusação, mais uma vez, atrasaria o calendário de votações. A equipe do procurador-geral, Rodrigo Janot, confirmou que está aprofundando as investigações que deverão dar base a mais uma denúncia, desta vez por obstrução de justiça no caso JBS. Além disso, segundo um investigador, em outro processo o presidente também deverá ser apontado como chefe de organização criminosa. Essa segunda acusação será feita em um dos quatro inquéritos do chamado quadrilhão, abertos a partir do desmembramento do inquérito-mãe da Lava-Jato.

Na semana passada o governo estimava ter, certamente, mais de 280 votos para barrar a denúncia. Interlocutores do Planalto afirmaram que o governo se equivocou na estratégia de superestimar o placar da votação. Com cenário pós-votação definido, Temer fica enfraquecido com a possibilidade de uma segunda denúncia.

O Fórum Sindical dos Trabalhadores – FST, do qual a CNTS faz parte, definiu como estratégias de combate às ações do governo Temer, além da denúncia feita junto à Organização Internacional do Trabalho – OIT, abordando o procedimento do presidente, na tentativa de compra de votos, para aprovar sua permanência no poder e, com isso, a manutenção da retirada de direitos dos trabalhadores e o desmonte do movimento sindical brasileiro, o ingresso, junto ao TST, de ação referente às declarações ofensivas, por parte do presidente, à classe trabalhadora. (Com O Globo e UOL)

 







CNTS

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