CNTS se mobiliza para ‘Dia D’ da reforma trabalhista

Em semana decisiva para os trabalhadores, com a aprovação do relatório favorável à reforma trabalhista – PLC 38/17 – na Comissão de Constituição e Justiça – CCJ do Senado, pode ser votado hoje, 4, o regime de urgência para a matéria. Se aprovado, o projeto entra na pauta após duas sessões ordinárias. Alvo de diversas críticas por parte de especialistas, a proposta é um dos carros-chefes do governo Temer, que tenta se salvar em meio às denúncias que sofre. A aposta da oposição para tentar barrar a reforma trabalhista é que Michel Temer perca apoio parlamentar ao longo dos próximos dias. A Câmara analisa um pedido de abertura de inquérito contra o presidente da República pelo crime de corrupção passiva.

Para amenizar a pressão que vem sofrendo do movimento sindical, o governo estuda, por meio de medida provisória, um modelo de extinção gradual da contribuição sindical obrigatória, de forma a assegurar o planejamento financeiro das entidades sindicais. Mas o financiamento sindical não é o único ponto de divergência entre governo e o sindicalismo. É também ponto de discórdia entre as centrais. A prevalência do negociado sobre o legislado; a possibilidade de mulheres grávidas e lactantes trabalharem em locais insalubres; o esfacelamento da Justiça do Trabalho; a exclusão dos sindicatos na homologação da dispensa do empregado; além dos mais de 200 dispositivos contrários ao trabalhador, que alteram substancialmente o regime e relações de trabalho, não têm sido levados em consideração pelo governo ao tentar costurar um acordo.

Dirigentes da base da CNTS estão fazendo visitas, nesta semana, aos gabinetes dos senadores, solicitando voto contrário ao PLC 38/17. Segundo o secretário-geral da CNTS, Valdirlei Castagna, “a Confederação orienta que os sindicatos e federações da base entrem em contato com os senadores nos estados para apresentar os prejuízos que os trabalhadores terão se aprovada a proposta do governo”. A Confederação recepciona os parlamentares no aeroporto, nesta terça-feira, com faixas, cartazes e material informativo contra a reforma trabalhista.

30 de junho – Para ampliar a pressão sobre o governo, os movimentos sindical e social levaram milhares de brasileiros às ruas neste 30 de junho para protestar contra as reformas trabalhista e previdenciária, além de pedir eleições diretas. Em diversas cidades do país as ações resultaram em bloqueios de vias e suspensão de serviços, mostrando a força dos trabalhadores.

Por meio de nota conjunta, as centrais avaliaram a mobilização do dia 30 como assertiva. “A ação unitária do movimento sindical tem resultado em grandes mobilizações, como vimos nos dias 8 de março, 15 de março, na greve geral de 28 de abril e no Ocupa Brasília em 24 de maio. Como resultado do amplo debate com a sociedade e das mobilizações, conseguimos frear a tramitação da reforma da Previdência e tivemos uma primeira vitória na reforma trabalhista, com a reprovação do relatório favorável ao texto na CAS”.

Para o segundo semestre as entidades planejam, conforme a conjuntura, um movimento de proporção maior. Por enquanto as atenções estão voltadas para as visitas aos gabinetes dos senadores e reuniões com líderes partidários. (Com Agência Brasil e Folha de SP)

 






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