Mais uma vez, o setor privado da saúde faz manobras para que o piso da Enfermagem não chegue ao bolso do profissional. Em matéria vinculada no jornal Valor Econômico, a CNSaúde, Confederação que representa todos os estabelecimentos de serviços de saúde no país, como hospitais, clínicas, casas de saúde, laboratórios, entre outros estabelecimentos do gênero, recorre a justificativa falaciosa de que o piso causará impacto financeiro estratosférico que prejudicará as corporações privadas de saúde. E ainda recorre ao terrorismo ao cogitar a possibilidade de aumentar os planos de saúde por conta do piso da enfermagem.

A falácia de impacto econômico não é desculpa para que a enfermagem permaneça em frangalhos, desvalorizada e desrespeitada. Após os lucros recordes do setor privado durante a pandemia, é totalmente inadmissível que o setor jogue a conta nas costas dos profissionais da Enfermagem. De acordo com dados da ANS, considerando apenas os três primeiros trimestres 2020, as operadoras tiveram lucro líquido de R$ 15 bilhões e o grupo formado pelos 122 maiores hospitais privados do país encerraram o ano passado com lucro líquido de R$ 30,6 bilhões. Foi o período mais lucrativo desde 2015, segundo a ANS – ao contrário da maior parte dos setores da economia, que entrou em recessão.

É importante ressaltar que o impacto da criação do piso no setor privado representa cerca de 4,8% do faturamento dos planos e seguros de saúde em 2020, segundo relatório do GT da Câmara.

O artigo 7º da Constituição afirma que todo trabalhador tem direito a um piso salarial proporcional à complexidade e à extensão de seu trabalho. E é isto que a enfermagem reivindica. A Enfermagem merece respeito, merece condições dignas de trabalho e merece valorização real. Não aceitaremos menos que isso!