CNTS participa de café da manhã com presidente do TST
Com a intenção de que “um dedinho de prosa ao redor de uma mesa de café da manhã” represente o início de longas conversas e propostas sobre relações de trabalho, o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Carlos Alberto Reis de Paula, reuniu dirigentes sindicais na manhã desta terça-feira, 9 de abril, para estreitar relações com as entidades de trabalhadores. “Nada melhor que esse encontro para comemorar os 70 anos da CLT. É por causa dela que estamos reunidos. A CLT tem verdades permanentes”, disse, ao convidar as lideranças para um café ao estilo mineiro: “simples, mas que dá vontade de ir para a cozinha e continuar conversando”.
Segundo o ministro, o objetivo primeiro é de conhecer e estabelecer o diálogo. O segundo objetivo é o de se educar na arte de ouvir e, consequentemente, de negociar. Em entrevistas concedidas desde sua posse, em 5 de março último, o presidente do TST tem defendido o diálogo e a negociação como essenciais para a solução dos conflitos nas relações entre empregados e empregadores. “É sabendo ouvir que se estabelece o diálogo e estou aqui para ouvi-los. Não se pode dialogar com quem não se conhece. Este é o princípio para a troca e as portas estarão abertas. Tenham o TST como parceiro”, disse. Vários ministros do TST participaram do café da manhã.
Após o café, o ministro falou com jornalistas, quando avaliou que o Brasil sempre terá problemas a enfrentar, citando questões como a terceirização, as contribuições, jornada de trabalho. “Com o diálogo é possível descobrir pontos comuns, compatibilizar interesses, buscar consensos. A CLT é uma consolidação, porque não foi uma reunião de leis. Sua grande lição é exatamente a negociação. Ela traz princípios e instrumentos indispensáveis e necessários para a sociedade. Vamos descobrir pontos de referência e de convergência. Não existe capital sem valorização do trabalho e sem proteger a livre iniciativa”, afirmou. Segundo ele, a CLT tem que ter uma atualização, “pois tudo muda”, porém, não se pode perder de vista os princípios e os valores que estão consagrados nela.
Em sua fala inicial o ministro Carlos Alberto defendeu que “o trabalho deve estar na pauta da sociedade”. e indaguei o que significava sua colocação ao que me respondeu com outra pergunta: “Quando se enfrenta um problema na linha da economia alguém se preocupa com o lado do empregado? Só se preocupa em reduzir tributo, fazer isso, fazer aquilo, mais para que a empresa tenha uma melhor situação. E alguém se preocupa, quando há uma crise econômica, qual a situação do trabalhador? Alguém diz que, porque a economia cresceu, os direitos do trabalhador têm que crescer proporcionalmente?”
A abertura do canal de diálogo foi avaliada como positiva pela CNTS, representada no encontro por seu presidente, José Lião de Almeida, pelo diretor de Assuntos Trabalhistas e Judiciários, Joaquim José da Silva Filho, e pela diretora suplente Ana Maria Mazarin da Silva, que entregou ao ministro uma camiseta comemorativa dos 70 anos da CLT. “A Confederação, certamente, tem muito a dialogar e propor ao ministro com vistas à manutenção e conquista de direitos para os trabalhadores”, avaliou José Lião.
“A CNTS levou apoio à instituição TST e também a defesa da CLT. Entendemos que ela até precisa de pequenas atualizações, mas nunca de reformas radicais que venham precarizar direitos dos trabalhadores. Estamos atentos ao rol de alterações (101) entregues pela patronal CNI e fomos registrar nossa posição em defesa da Consolidação das leis do Trabalho”, afirmou Joaquim José.