CNTS participa de ato público em defesa da Previdência

  Resistir, ocupar e disseminar informação para a população foram as palavras que marcaram a audiência pública contra as Reformas da Previdência e trabalhista, propostas pelo governo, que aconteceu no auditório na Câmara dos Deputados na manhã desta quarta-feira, dia 22. O evento organizado pelo Fórum Interinstitucional em Defesa do Direito do Trabalho e da Previdência Social – FIDS, no qual a CNTS faz parte, marca posição firme contra retrocessos propostos pelo governo. A Confederação esteve presente e engajada mais uma vez em defesa dos direitos sociais e trabalhistas.

O vice-presidente, João Rodrigues Filho, ressaltou a importância das diferenças nas idades da aposentadoria, respeitando as questões de gênero e de segmentos profissionais. “Não é justo uma mudança repentina. Quais critérios estão por trás dessa reforma? Não tem como estabelecer idade única de aposentadoria. Haverá situações em que o segurado terá contribuído uma vida inteira sem usufruir dos benefícios. Precisamos mobilizar toda a base dos nossos sindicatos, levar informações para todo profissional, só assim eles poderão nos ajudar a barrar essa reforma, tanto na previdência como a trabalhista. Audiências como essas são de extrema importância para disseminar informações”, concluiu.

Participaram do evento dezenas de parlamentares que ressaltaram a mobilização de todo o movimento sindical e da população na luta em defesa dos direitos dos trabalhadores. Além dos deputados, o evento contou com a presença de instituições e entidades sindical e social de todo o país, que entendem de forma geral que as reformas prejudicam trabalhadores e cidadãos e de que há muitas outras alternativas para melhorar a gestão da Previdência. Uma delas é o fortalecimento da Auditoria-Fiscal do Trabalho. Representantes do Ministério Público, do Ministério do Trabalho, economistas, especialistas em Previdência, auditores fiscais da Receita Federal estiveram presente.

O FIDS, durante o ato público, encaminhou ao Congresso pedido para discutir as propostas de reformas com a sociedade.  Também vai oficializar a criação de fóruns estaduais e estabelecer ações com os parlamentares, fazendo um corpo a corpo contra as reformas nos termos em que estão.

Para o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, a ideia de que a flexibilização das leis trabalhistas incentivaria a criação de empregos é falso. “Todas essas propostas já existiam antes da crise econômica. Nenhuma proposta é 100% inovadora. Quando o Brasil surfava em uma situação altamente favorável, essas propostas já existiam e eram defendidas pelos mesmos grupos econômicos e políticos. Esse argumento cai por terra a partir do momento em que essas propostas idênticas foram apresentadas quando o Brasil tinha uma economia pujante”, argumentou

O coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social na Câmara dos Deputados, Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), alertou os deputados da base do governo que, caso votem a favor das propostas, arcarão com sérios desgastes políticos que, na opinião do deputado, inviabilizam suas candidaturas e os prejuízos políticos serão incalculáveis.

O coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social no Senado Federal, Paulo Paim (PT-RS), ressaltou que somente governo ilegítimo com menos de 1% de avaliação ótima, teria a ousadia de impor uma agenda tão cruel à sociedade brasileira. “Nós não estamos divididos. Os desmontes em curso visam revogar a era Vargas, a era Lula; e todos os demais governos de perfil progressista no nosso país. Ninguém quer ver seus diretos inviabilizamos e a extinção da possibilidade de se aposentar. Já temos 26 assinaturas para a abertura de uma CPI da Previdência no Senado Federal e precisamos de apenas 27. Quem não deve não teme. Quem não assinar esta CPI, estará com seu nome sob suspeita quanto às reais intenções em relação à Previdência Social brasileira”, finalizou o parlamentar. (Com informações Secom/CSPB)

CNTS

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