CNTS apoia a luta dos servidores da saúde do Rio de Janeiro
Saúde
A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Saúde – CNTS manifesta seu total apoio às lutas e mobilizações dos servidores da saúde do Estado do Rio de Janeiro, que há três meses estão sem salários devido à total irresponsabilidade e falta de compromisso da gestão do prefeito Marcelo Crivella com a oferta de uma saúde pública, gratuita e universal para toda a população.
Segundo denúncia da Defensoria e do Ministério Público do Rio de Janeiro, a administração municipal deixou de investir R$ 2,2 bilhões na saúde desde o início da gestão de Marcelo Crivella, em 2017, e quase R$ 1 bilhão referente a redução, bloqueio e remanejamento indevido só este ano.
Para agravar o quadro, no início deste ano a gestão Crivella acabou com 239 equipes de saúde da família, provocando a demissão de 2.500 profissionais vinculados às Organizações Sociais – OS’s e deixando milhares de pessoas sem atendimento na rede municipal. Ao fazer isso, a prefeitura acabou superlotando ainda mais as UPAs e hospitais, elevando o gasto público e consumindo qualquer dinheiro que tenha sido “economizado” com esta medida. O resultado está aí, com unidades de saúde funcionando sem nenhuma condição.
O prefeito também contingenciou cerca de R$ 1,04 bilhão dos R$ 5,2 bilhões do orçamento previsto para a saúde em 2019, segundo levantamento feito pelo Sistema de Acompanhamento da Câmara Municipal – Fincon.
A má gestão do prefeito do Rio afetou mais de 20 mil funcionários, que estão com os salários atrasados. Cerca de 5.000 deles são agentes de saúde e técnicos e auxiliares de enfermagem. Além de não receberem os salários em dia, os profissionais convivem diariamente com a rede de unidades de saúde – como hospitais, clínicas da família, ambulatórios e centros de atenção psicossocial – completamente sucateada, na qual tornou-se crônica a falta de medicamentos e materiais necessários à realização dos mais variados exames.
Sabemos que, infelizmente, a situação tende a se agravar. Recentemente o governo federal de Jair Bolsonaro alterou as regras sobre financiamento da atenção primária. Segundo as novas regras, os repasses do governo federal para os municípios não serão mais em base à população total da cidade, como ocorria anteriormente, mas levando em consideração apenas os usuários cadastrados nas unidades de saúde. Essa regra irá reduzir drasticamente a verba da saúde.
Os políticos que comandam o país precisam lembrar que saúde não é mercadoria, vida não é negócio e dignidade não é lucro. Prefeito Crivella, esperamos que o senhor cuide verdadeiramente das pessoas como prometeu na campanha.