Centrais sindicais convocam atos em defesa do Ministério do Trabalho
Governo
Manifestações contra o fim da pasta acontecerão em todo o país, em frente às Superintendências do Trabalho, às 10 horas.
As centrais sindicais convocam os trabalhadores para a realização de atos por todo o Brasil em defesa do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE que será extinto pelo futuro governo de Jair Bolsonaro e terá suas atribuições fatiadas em três ministérios, da Economia, da Cidadania e da Justiça. As manifestações serão realizadas amanhã, 11, em frente às Superintendências do Trabalho, antigas DRTs, em todo o país, às 10 horas.
Desde o anúncio da extinção do Ministério, as centrais lançaram manifesto contra a medida. Em nota de repúdio assinada pela CSB, CUT, Força Sindical, CTB e NCST, as entidades criticaram Bolsonaro por proteger patrões e atacar trabalhadores. “Para a classe trabalhadora isto representará um retrocesso político que vai resultar em enormes prejuízos aos trabalhadores da ativa, aos aposentados e aos pensionistas. A fiscalização contra trabalhos análogos à escravidão e à prevenção contra acidentes serão desarticuladas, gerando enormes prejuízos à sociedade”, afirma.
A declaração recente do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de que “é horrível ser patrão no Brasil” foi criticada. “Reflete sua falta de consideração e demonstra total desconhecimento da situação causada pela reforma trabalhista, que resultou em perda de direitos e não gerou empregos no país”, argumentam as centrais sindicais. “É lamentável que, em uma nação com 13 milhões de desempregados, o presidente eleito faça tal declaração para agradar apenas aos empresários, que financiaram e apoiaram sua eleição”, afirma a nota.
A CNTS também compreende que a extinção do Ministério do Trabalho, que teve início com o esvaziamento de suas funções, vem na esteira de ataques à representação sindical e aos direitos sociais e trabalhistas, com golpes fatais nos últimos dois anos, por meio da sanção da Lei 13.429/2017, que amplia a terceirização, e da Lei 13.467/2017, da reforma trabalhista. E o próximo passo será a extinção da Justiça do Trabalho, eliminando a última trincheira de luta dos trabalhadores.