Centrais definem Dia Nacional de Paralisações para 10 de novembro

Após anúncio do governo, no final de agosto, da privatização de 57 ativos de controle estatal, as centrais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB debateram agenda de ações para os próximos dias e a realização do Dia Nacional de Paralisações, marcado para 10 de novembro. O principal objetivo será esclarecer à sociedade que estas ações do Executivo têm como alvo a redução do patrimônio nacional, construído ao longo dos anos com o dinheiro dos trabalhadores, para entregá-lo à iniciativa privada a ‘preço de banana’, além da redução de direitos com a Lei 13.467/17, da reforma trabalhista.

Ontem, 3, o Rio de Janeiro recebeu o primeiro ato da agenda de mobilização. Cerca de mil trabalhadores se reuniram na região central da cidade para atos contra privatizações da Cedae e de outras empresas públicas. Também participaram da ação, integrantes de movimentos sociais como o Levante Popular da Juventude e a Frente Brasil Popular.

Segundo o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, serão realizadas manifestações nas cidades onde há representações da Petrobras ou da Eletrobrás. “No Rio de Janeiro, os trabalhadores saíram da Eletrobrás em passeata até a sede da Petrobras. Temos que fortalecer as campanhas em cada setor, esclarecendo os trabalhadores sobre a importância desses atos. É preciso que as categorias se insiram nas manifestações”, ressalta.

“É uma situação muito preocupante, pois o que fizeram com essa reforma trabalhista, a meu ver, é muito mais para promover uma devassa do ponto de vista da vida e da existência dos sindicatos do que propriamente a reforma trabalhista. O movimento sindical, a partir de agora, precisa ser objetivo, alertando a sociedade, por meio da produção de material didático”, afirmou Francisco Pereira, diretor de Organização e Políticas Sindicais da UGT.

Para o secretário-geral da CTB, Wagner Gomes, o momento é de resistência, organização e ampliação de diálogo para a construção de caminhos que fortaleçam o movimento sindical. “É preciso conversar e construir isso com todos os setores. Um setor estratégico para a luta do dia 10 de novembro será o setor de transportes. Vamos procurar a categoria para externar nossa posição e propor uma grande plenária com todos os modais, de modo a organizar a luta de forma coletiva e ampla”, explica.

O diretor Nacional de Comunicação da Nova Central, Nailton Francisco de Souza, afirma que “um dos objetivos da nova lei é enfraquecer a organização sindical e desequilibrar o processo de negociações salariais, favorecendo os patrões. E se os trabalhadores não se mobilizarem em torno de seus sindicatos, assistirão seus direitos e conquistas serem subtraídos um a um, pela ganância dos empresários”.

Financiamento sindical nas negociações – As centrais também criticaram a reportagem do Jornal O Estado de São Paulo que “de forma tendenciosa” acusa o movimento sindical de querer cobrar “novo imposto” dos trabalhadores.  Segundo os dirigentes, a informação de que os sindicatos começaram a aprovar nova forma de financiamento antes mesmo de a cobrança ser regulamentada por medida provisória prometida pelo governo, não é verdadeira.

“As entidades que estão em campanhas salariais já realizavam, antes da lei 13.467/2017, assembleias específicas para aprovar a pauta de reivindicações e um valor denominado de contribuição negocial para custear a luta por melhores salários e condições de trabalho. E tudo que é conquistado beneficia todos da categoria e não só os associados. Não era para menos, pois a origem do Estadão remonta a aristocracia e a oligarquia brasileira. Por isso faz este papel de querer desqualificar a importância dos sindicatos no tripé da democracia”, disse Nailton de Souza. (Com Agência Sindical e Nova Central)






CNTS

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