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Foto: Unsplash

Brasil chega a 400 mil mortos por Covid com inépcia do governo federal

Coronavírus

Um longo e sofrido caminho. Assim é a trajetória da pandemia no Brasil. O negacionismo de Estado, o uso de medicação não comprovada, a lentidão na aquisição de vacinas e uma politização constante foram os males que acometeram o país. Nesta quinta-feira, 29, o país alcançou mais uma infeliz marca, 401.417 mortos pelo novo coronavírus. O Brasil segue em competição consigo mesmo, superando as marcas da tragédia a cada dia, a cada hora, a cada minuto. Com muitas destas perdas, evitáveis.

O governo Jair Bolsonaro escreveu de próprio punho cada capítulo do roteiro macabro que nos impôs um luto sem data para terminar. Nada foi por acaso. Em 28 de março do ano passado, quando o país contava apenas 114 mortos pela Covid-19, o presidente da República foi alertado pelo então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, para a gravidade da pandemia e seus efeitos devastadores. Na época, a pior projeção previa 180 mil mortos, caso não fossem tomadas as medidas necessárias. Àquela altura, era plenamente possível evitar o pior. Bolsonaro ignorou o alerta. Continuou agindo como sempre: desprezou máscaras, provocou aglomerações, atacou medidas de isolamento social decretadas por governadores e prefeitos, menosprezou a pandemia – era “só uma gripezinha” – e desdenhou as mortes que não paravam de crescer. Ressoa até hoje seu indiferente “e daí?” diante da tragédia.

Além das vítimas do vírus, o país assiste ao sacrifício desumano de milhares de profissionais de saúde que tentam fazer o que o governo não faz. Salvar vidas. Eles trabalham sem proteção, são submetidos a situações precárias e sem condições adequadas de trabalho, vivendo em situação de elevado estresse e com sobrecarga de trabalho em função da falta de profissionais.

Na terça-feira, 27, na instalação da CPI da Pandemia, no Senado Federal, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), com vergonhosa caradura, queixou-se do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM/MG), por ter autorizado a instalação da CPI e que ela pode gerar aglomerações. “Alguém, em algum momento, vai ser responsabilizado se algo acontecer”, disse Flávio Bolsonaro, referindo-se a eventuais mortes no Senado em razão do trabalho presencial. Mas “algo” já aconteceu: são 400 mil mortes desde o início da pandemia, muitas delas perfeitamente evitáveis, e é justamente para encontrar os responsáveis por esse crime monstruoso que a CPI foi instalada. É preciso responsabilizar Bolsonaro, Eduardo Pazuello e todos que tenham contribuído, por ação e omissão, para a tragédia que acontece no país. E que num futuro, de preferência breve, o país consiga dar uma guinada no combate à pandemia, para que não tenhamos mais de chorar milhares de mortos todo dia.

Fonte: Com UOL, Correio Braziliense, Estadão e Folha de S.Paulo
CNTS

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