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Foto: Agência Estado

Brasil cai uma posição no IDH, ranking mundial de desenvolvimento humano

Mundo

Relatório com dados de 2018 traz o país na 79ª colocação, com números semelhantes a nações como Colômbia, México, Tailândia e Argélia.

O Brasil caiu uma posição no ranking de desenvolvimento humano das Nações Unidas, que mede o bem-estar da população considerando indicadores de saúde, escolaridade e renda. Segundo dados divulgados pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – Pnud, o país passou da 78ª posição em 2017 para a 79ª no ano passado.

Já quando se observa o período de 2013 a 2018, o Brasil perdeu três posições no ranking. O principal fator por trás disso é a estagnação na escolaridade. Além disso, quando a nota é ajustada pela desigualdade, o Brasil cai 23 posições.

Em 2018, o IDH brasileiro foi de 0,761, contra 0,760 em 2017 – isto é, apenas 0,001 a mais do que no ano anterior. Estatisticamente, esse crescimento é considerado insignificante. Entre 2010 e 2017, por exemplo, a média do crescimento anual do IDH no Brasil foi de 0,004. O que preocupa também os especialistas é a desigualdade existente no país. Os dados, que foram divulgados hoje, 9, pela ONU mostram que o Brasil é a nação que mais perde posições no ranking mundial quando as desigualdades são levadas em conta.

Com o IDH de 0,761, o Brasil fica em 79º no mundo e em 4º na América do Sul – nas duas posições, o país fica empatado com a Colômbia. No continente sul-americano, Chile, Argentina e Uruguai estão à frente, nessa ordem. O IDH mede o progresso dos países em saúde, educação e renda. Para esse indicador, quanto mais próximo de 1, mais alto é o desenvolvimento humano. O ranking é liderado pela Noruega, cujo IDH é de 0,954. Na outra ponta, o Níger tem o pior índice, de 0,377.

Questões de gênero – O Brasil ainda sofre com desigualdade de gênero. As mulheres têm aqui 15% dos assentos no Parlamento, menos que o Níger, o país com o menor IDH do mundo, onde essa proporção é de 17%. Essa baixa participação política das mulheres é um dos fatores que contribuem para o Brasil estar na 89ª posição no Índice de Desigualdade de Gênero – IDG, calculado para 162 países. Nesse ranking, a Suíça está no topo, e o Iêmen, na lanterna.

Os dados do relatório mostram ainda que as mulheres brasileiras vivem mais e têm mais anos de escolaridade que os homens, mas têm menos desenvolvimento humano. Isso porque recebem bem menos por seu trabalho: a renda das mulheres no país é 41,5% menor que a dos homens. Pelo conceito de renda nacional bruta per capita, eles ganham US$ 17.827 por ano, enquanto elas ficam com US$ 10.432.

Em nota, o governo Bolsonaro ressaltou que os dados se referem ao ano passado e que o governo tem compromisso com os brasileiros e vem realizando transformações em todas as áreas apontadas no relatório. Porém, o presidente da República que chegou ao cargo prometendo lutar contra a “ideologia de gênero” tem cumprido sua palavra. Desde que assumiu o comando do Palácio do Planalto, o governo se negou a liberar e impôs censura até 2024 sobre supostos documentos que fizeram o governo rejeitar na ONU os termos “igualdade de gênero” e “educação sexual” em resoluções e textos oficiais.

A diplomacia brasileira travou debate inédito solicitando a retirada do termo gênero das resoluções de reunião convocada para debater os direitos humanos de pessoas deslocadas – seja por conflitos armados ou questões ambientais. Muitos países consideram que as mulheres são as mais afetadas por essas questões. A diplomacia olavista de Ernesto Araújo, no entanto, condenou o uso de qualquer referência ao termo, argumentando que é uma construção social e o que deve ser levado em conta é o sexo natural da pessoa. Para solucionar, o Brasil pediu a utilização de “igualdade entre homens e mulheres”.

Além disso, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos não usou nos primeiros sete meses do ano recursos destinados à manutenção da Casa da Mulher Brasileira, programa lançado em 2013 pelo governo da então presidente Dilma Rousseff destinado a servir como espaço de acolhimento e acompanhamento psicossocial a mulheres vítimas de violência. O objetivo dos recursos é expandir a rede de serviços voltados para as mulheres vítimas de violência e promover a integração entre eles, mas nenhum centavo foi usado pela ministra Damares Alves.

Fonte: Com O Globo, Revista Fórum, UOL e CNTE
CNTS

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