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Foto: Divulgação

8 de março: luta por igualdade, direitos e aposentadoria

Mulher

A CNTS se engaja na luta das mulheres por respeito, pelo direito à vida e por igualdade no mercado de trabalho.

O 8 de março significa muitas coisas para as mulheres. Ver o árduo caminho que já percorreram permite perceber a força para não desistir de seus objetivos, por mais inalcançáveis que eles pareçam ser. Vemos nossas guerreiras em diversos ambientes silenciadas e hostilizadas, assim como no ambiente universitário e profissional.

Não esqueçamos que são elas que acumulam duplas ou triplas jornadas de trabalho, garantem o cuidado da família e a manutenção da casa, porém como bem disse a militante Naiara O’dwyer da Marcha Mundial das Mulheres, “o dia oito nunca é sobre aquelas que nos outros dias do ano  são assediadas na rua, abusadas por estarem sozinhas numa festa, julgadas pelas roupas que vestem, discriminadas pela orientação sexual e pela identidade de gênero, hostilizadas por engravidarem fora de um relacionamento estável, condenadas por optarem por interromper uma gestação, violentadas nas macas de hospitais na hora do parto”.

Ou seja, é um dia de mobilização, não apenas entregar flores, cartões e bombons. Pode e deve haver gentileza, sempre. Mas “adocicar” a data faz a mulher retornar a um lugar “essencialista”, como bem recorda Carla Rodrigues, filósofa, professora da pós-graduação em Filosofia da UFRJ.

As mulheres conseguiram vitórias, mas ainda há muito o que caminhar. Conquistaram espaço no mercado de trabalho, mas ganham menos que os homens, chegam muito menos a posições de chefia. Foram à universidade, mas ainda são exploradas. Conseguiram autonomia, mas não podem andar nas ruas sem medo. E liberdade é não ter medo.

Além das bandeiras como o fim da violência contra a mulher e a igualdade salarial, a resistência à reforma da Previdência ganha destaque em todo o Brasil. A frase da escritora francesa Simone de Beauvoir é um alerta certeiro: “nunca se esqueça que basta uma crise política, econômica ou religiosa para que os direitos das mulheres sejam questionados”.

Elas serão as mais prejudicadas caso a proposta do governo de Jair Bolsonaro seja aprovada no Congresso Nacional. Pois pelas regras de transição apresentadas pelo seu governo, elas vão trabalhar mais sete anos e contribuir mais 10 para ter aposentadoria integral. Homens terão mais cinco anos de trabalho e contribuição. As trabalhadoras rurais terão que trabalhar cinco anos a mais para se aposentar e as professoras terão que contribuir mais cinco para se equiparar aos homens.

Duplas e triplas jornadas de trabalho, somadas aos riscos e violências sofridas nos trajetos de ida e volta aos locais de trabalho, o assédio sexual e o assédio moral são ignorados pelo governo ao propor esta medida.

É com base nisso, que a CNTS é contra a reforma da Previdência que visa jogar sobre os ombros das mulheres, que já são as mais prejudicadas no mundo do trabalho, os custos de uma reforma que interessa somente ao mercado e mantém sonegadores livres de impostos. A Confederação se engaja na luta das mulheres por respeito, pelo direito à vida e por igualdade no mercado de trabalho. Não podemos esperar de braços cruzados que a igualdade acontecerá de uma hora para outra. Temos de exercer nossa cidadania hoje, mudando o hoje, apontando hoje, penalizando hoje todos aqueles que ainda não entenderam as mudanças de um novo tempo.

Por isso, neste 8 de março, ao encontrar uma mulher, em vez de oferecer flores, olhe para ela e diga: estou com você nessa luta.

Fonte: Com informações de O Globo, Geledes, Marcha das Mulheres e Sul 21
CNTS

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