CNTS participa do lançamento do estudo da Demografia da Enfermagem
Enfermagem
A CNTS prestigiou, nesta terça-feira, 11, o lançamento da primeira edição do livro Demografia e Mercado de Trabalho em Enfermagem no Brasil, estudo que apresenta uma radiografia detalhada do setor que reúne o maior número de postos de trabalho da saúde no país. A pesquisa revelou que houve um crescimento de quase 44% dos vínculos de trabalho em apenas cinco anos. Em 2017, eram cerca de um milhão de vínculos ativos; já em 2022, o número saltou para aproximadamente 1,5 milhão. O levantamento ressalta, no entanto, que esse total não corresponde ao número de profissionais, uma vez que muitos trabalhadores acumulam mais de um vínculo empregatício.
Outro dado relevante apontado pela Demografia é a baixa remuneração da categoria, um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais da enfermagem. Durante a pandemia, por exemplo, a grande maioria dos trabalhadores contratados ou desligados recebia até 1,5 salário mínimo.
O cenário evidencia o aprofundamento da precarização do trabalho no setor durante a crise sanitária, marcada por contratações emergenciais em condições menos favoráveis, vínculos frágeis e remunerações reduzidas. Essa realidade reforça a importância da luta histórica da categoria por um piso salarial digno, que resultou na aprovação da Lei nº 14.434/2022 e na atual mobilização pela PEC 19/2024, que busca corrigir distorções e garantir a plena aplicação da lei.
O presidente da CNTS, Valdirlei Castagna, representou a entidade no lançamento da publicação, realizado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Ele destacou a relevância do estudo para o fortalecimento da categoria e ressaltou que os resultados corroboram levantamentos anteriores realizados por outras instituições. “A Demografia da Enfermagem é um instrumento fundamental para compreendermos a dimensão e os desafios do nosso setor. Pesquisas anteriores, como o Perfil da Enfermagem, do Cofen, e os estudos realizados pela CNTS e pela FNE em parceria com o Dieese, apontam para o mesmo diagnóstico: temos um número expressivo de profissionais no mercado de trabalho, mas ainda com remuneração muito abaixo do que a importância da categoria exige. A aprovação do piso foi uma conquista histórica, mas ainda insuficiente para mudar essa realidade. Por isso, a aprovação da PEC 19 é essencial para garantir a valorização efetiva da enfermagem e corrigir as limitações da Lei 14.434”, afirmou Castagna.
A publicação Demografia e Mercado de Trabalho em Enfermagem no Brasil, financiada com recursos do Ministério da Saúde e desenvolvida em parceria com a Uerj, oferece um panorama abrangente do mercado de trabalho e traça o perfil dos profissionais da enfermagem no país. O estudo fornece uma ampla base de dados que pode subsidiar gestores e entidades de saúde na formulação de ações estratégicas e políticas públicas voltadas à valorização, gestão e provimento de profissionais da enfermagem em todo o Brasil. Confira a íntegra da obra, clicando aqui.