Foto: Djalma Vassão/Fotos Públicas

Centrais sindicais lançam campanha pela manutenção do auxílio de R$ 600

Sociedade

Iniciativa pede mudanças na MP 1000, editada por Bolsonaro, que propõe a redução do valor do benefício para R$ 300.

Na quinta-feira, 17, as centrais sindicais lançaram, de forma virtual, a campanha #600peloBrasil. A mobilização nacional pede que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), coloque em votação a Medida Provisória – MP 1000, publicada pelo governo federal no último dia 3 de setembro.

A MP prorroga o auxílio emergencial até dezembro, mas reduz o valor de R$ 600 para R$ 300. As entidades, porém, pedem que o valor atual seja mantido, sob o risco de levar a população mais vulnerável a uma situação de miséria ainda maior.

O governo Bolsonaro, inicialmente contra a implantação do benefício, chegou a cogitar um “voucher” no valor de R$ 200 para a população. No entanto, a pressão dos movimentos sindicais junto aos movimentos populares garantiu a aprovação dos R$ 600.

Segundo levantamento do Datafolha divulgado em agosto deste ano, 53% dos entrevistados – que receberam o auxílio emergencial –, o usavam para comprar comida; 25% para pagar contas; e 16% para despesas domésticas. Outras finalidades somam 4% e itens de combate à Covid-19, 1%. E quase a metade – 44% dos entrevistados tinham no auxílio emergencial a sua única fonte de renda.

Para o presidente Nacional da Central Única dos Trabalhadores – CUT, Sergio Nobre, reduzir o valor do auxílio prejudicaria cerca de 54 milhões de pessoas. “Hoje está claro para todo mundo a importância do auxílio e é um crime propor essa redução para R$ 300 com a inflação. Com esse valor não é possível comprar uma cesta básica. Assim, a manutenção dos R$ 600 é fundamental”, reforça o presidente da CUT.

Para Miguel Torres, presidente da Força Sindical, é indiscutível a necessidade do auxílio para conter a recessão econômica. “Se não fosse o auxílio emergencial estaríamos em uma crise muito maior. E nós sabemos que com os R$ 300 que o governo está propondo, a situação para a população carente se agravará. Ainda mais neste momento de inflação de alimentos”, afirma.

“O corte [no auxílio emergencial] não garante a aquisição de uma cesta básica em Aracaju, por exemplo, que está em R$ 398. Lembrando que o governo liberou crédito de R$ 320 bilhão para os bancos, e para a população carente, haverá cortes”, acrescenta Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB.

O movimento trabalha na coleta de assinaturas para um abaixo assinado pela manutenção dos R$ 600 e também irá pressionar o Congresso pela votação da MP 1000.

Participam do ato a CUT, Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores – UGT, CTB, Central dos Sindicatos Brasileiros – CSB, Nova Central Sindical de Trabalhadores – NCST, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil – CGTB, Central da Classe Trabalhadora – CSP/Conlutas, Intersindical, Organização da Classe Trabalhadora e Pública Central do Servidor.

Fonte: Brasil de Fato

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